quarta-feira, 28 de maio de 2008

A vida é simples...

Pior do que a saudade é a saudade sem destino. Há quem sinta saudade dos amigos, da família, da terra que o(a) viu nascer. Há quem sinta saudade de um beijo, um abraço, uma palavra. Mas há neste planeta quem sinta saudade de algo mais... há quem sinta saudade de um dia. Hoje é um desses dias para mim... Hoje sinto um tremendo vazio no meu coração. Algo me mói por dentro. Algo me obscurece o pensamento. Hoje, no teu dia de festa, não estou... nem estarei... nem poderia estar presente. É como estar a morrer de sede, preso numa gaiola à frente de um rio num dia de sol. Espero ansioso pela chuva, mas já sei que hoje não irá chover, e provavelmente amanhã também não. Se chovesse ao menos o rio subia e eu afogar-me-ia nele. De sede não morria de certeza... Serei forçado a aguentar a morte.. a desesperar até que o tempo decida trazer a chuva, ou alguém trazer a chave. Mas quem? Amigo ou inimigo? E a maior das perguntas: porque é que alguém haveria de me socorrer? Com que objectivo? Agora sou apenas um corpo suspenso, que se embriaga nos próprios pensamentos. Não sou quem queria ser, mas também a única coisa que posso ser. Sou assim, e assim serei até esquecer a sede ou até me entregarem a chave...

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