terça-feira, 20 de maio de 2008

O fim de Mil e Novecentos...

"Pega num piano. As teclas começam e acabam. Sabes que existem 88 delas e ninguém te pode dizer o contrário. Elas não são infinitas... tu és infinito. E naquelas teclas a música que tu fazes é infinita. E eu gosto disso. (...)
Cristo, olhaste bem para as ruas? Haviam centenas delas!
Como é que tu fazes? Como é que escolhes uma só?
Uma mulher... uma casa... um pedaço de terra a que chames teu... uma paisagem para contemplar... uma maneira de morrer. Todo aquele mundo a pesar sobre ti, sem tu saberes onde acaba. Não tens medo de te despedaçares só de pensar nisso? Na enormidade que é viver nele?(...)
Eu nasci neste navio... e o mundo passou por mim, mas a 2000 pessoas de cada vez! E haviam aqui desejos... mas não mais do que aqueles que cabiam entre a proa e a popa. A terra é um navio demasiadamente grande para mim. É uma mulher demasiadamente bonita... é uma viagem demasiadamente longa... um perfume demasiadamente forte... é música que eu não sei fazer! Não posso sair deste navio, na melhor das hipóteses posso sair da minha vida. Afinal de contas... não existo para ninguém... !!

Monólogo de:
Danny Boodman T.D. Lemmon Nineteen-Hundred
em "A Lenda de Mil e Novecentos" (La leggenda del pianista sull'oceano), filme de Guiseppi Tornatore com banda sonora de Ennio Morricone.


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