quinta-feira, 16 de abril de 2009

Papel Mágico

Vou tirando à sorte papeis mágicos da minha cartola. Leio com atenção o que trazem escrito. Uns falam de paisagens envoltas numa moldura de arco-íris, outros de desejos por realizar, e também os há que falam de sonhos e das lembranças passadas. Mas por sorte ou azar, no meio de tantos papeis, houve um que veio em branco.

E nesse pequeno e insignificante papel em branco posso escrever o que me apetecer... nele posso exprimir as minhas vontades, os meus desejos, os meus sonhos, as minhas recordações, as minhas ilusões... posso ser eu sem sofrer represálias, sem ouvir críticas, sem ter medo de magoar ou ser magoado. Porque esse pequeno papel é meu, e só meu... e todo o meu ser, por mais grandioso que possa ser, pode ser guardado nesse pequeno espaço, nessa pequena arca. Porque para ser livre... para ser solto precisa da habilidade... da capacidade de poder ser dobrado e deformado... precisa de ser leve e frágil... tem de possuir a força capaz de o mover pelos ventos da ternura, de navegar pelos rios da saudade, de passear pelas praias desertas da solidão e no fim ao ser queimado transformar-se em cinza, e renascer espalhado nas terras pelo vento. Assim nunca estarei só, não totalmente... pois os meus pensamentos estarão presentes... eu estarei presente onde quer que as minhas palavras estejam... e onde quer que o meu espírito deseje...

Essa é a magia de um pequeno papel... um pequeno pedaço do mundo, mas um grande pedaço de mim... pois até o mais pequeno pedaço de papel pode conter o meu mundo inteiro. Afinal... sou eu que defino quem sou...

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