terça-feira, 3 de março de 2009

Amar para sempre?

Hoje, caros internautas, venho postar sobre a riqueza do amor. Será possível amar para sempre? Ou será isso mais um mito, criado pelos contos de fadas e filmes do Shrek?

É óbvio que o amor que sentimos pelos nossos pais, ou até mesmo por um amigo, pode ser eterno, mas e quanto ao amor romântico? Àquele amor que liga duas pessoas, conhecidas ou desconhecidas, que a partir daquele momento prometem viver lado a lado, entregando o coração às mãos um do outro.

O que é certo, é que o amor é diferente para cada um de nós. Ninguém sente o amor da mesma forma, e ninguém pode interpretar exactamente como o outro sente o amor. O sentimento em si, foi criado... não surgiu naturalmente, pois durante anos os seres humanos regiam-se pelas leis da natureza, e logo, como animais procuravam um parceiro de procriação. Na mitologia grega, existem divindades cuja função é despertar o desejo, a paixão e por fim o amor, o que demonstra que no início da sociedade moderna o amor ainda estudado e classificado, não sendo portanto um sentimento livre.

Namoro, compromisso, casamento... todas estas ligações sociais surgiram com o aparecimento das religiões, principalmente da Cristã. Na antiguidade clássica, o homem e a mulher eram apreciados pela beleza, principalmente física, e o erotismo e sexualidade eram explorados de forma livre. A procriação, passou a ser chamada de sexo, praticado como um acto de paixão, despertado pelo desejo, com a finalidade de valorizar os intervenientes.

Ainda hoje, se distingue sexo de amor. Como eu costumo dizer: no sexo procuramos o prazer pessoal, ao fazer amor procuramos o prazer da outra pessoa. E é aqui que tudo se complica...

Muitas pessoas, principalmente as mais novas, não distinguem entre estes dois tipos de gostar. É certo e sabido que quando mostramos interesse numa pessoa, esse interesse é inicialmente sexual. É um interesse primitivo, selvagem, gravado por anos e anos de evolução a que se dá o nome de atracção. Atracção é um sentimento que nos liga a outra pessoa, que nos faz desejar algo dessa pessoa. Essa atracção tanto pode ser momentânea como pode perdurar. Quando nos apaixonamos por alguém estamos na verdade a sentir uma atracção. Com o tempo e convívio, a atracção transforma-se em algo diferente, algo a que damos o nome de paixão. O desejo é algo diferente, algo mais intenso que surge no acto sexual. É com o desejo que fazemos amor, mas também é com o desejo que fazemos sexo. Desejo é algo primitivo, algo natural e selvagem. Paixão é algo criado pela ligação entre duas pessoas. No entanto, com o tempo a atracção acaba e o desejo diminui. E é aí que surge o amor. O amor vem substituir, acrescentar e consolidar esses sentimentos. Com o amor, estamos apaixonado, atraídos e desejosos pela outra pessoa.

Dizer amo-te é na sociedade actual banal, pois define algo do qual se gosta muito. Mas no entanto amo-te significa muito mais do que isso. Ao dizer amo-te, estamos a transmitir à outra pessoa que faz parte de nós, que não queremos perde-la, que nos pertence no sentido em que não a partilhamos física ou sentimentalmente com mais ninguém. Aquele sentimento de querer fazer amor não é amor, é desejo. E para todos aqueles que pensam que amamos quando temos sexo com a outra pessoa, lembrem-se que amar é primeiramente uma grande amizade.. amar é poder estar nu, e apenas contemplar a beleza da pessoa ao nosso lado...

Por isso eu digo... para mim é possível amar eternamente, pois o sentimento em si só tem valor quando se aplica a algo que perdurará. Se for algo efémere chamemos-lhe atracção ou paixão... Quem ama, ama para sempre... e há-os entre nós que nunca amaram...

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