quarta-feira, 4 de março de 2009

Perda...

Ontem falei de amor eterno... Hoje falarei da perda, ou do sentimento que envolve a perda da pessoa amada. Quando perdemos alguém que nos é especial, há a tendência de nos sentirmos injustiçados. Claro que não falo daqueles casos onde cometemos um erro estúpido, como uma traição, e sofremos as consequências. Não... falo daqueles casos em que por algum motivo, de um momento para o outro, uma das pessoas decide por fim a uma relação.

É certo e sabido que todas as relações têm problemas, não há ninguém perfeito e logo não há relações perfeitas. Os podres de uns são as alegrias dos outros. Isto porque cada um de nós sofre ao longo da vida, diferentes experiências que irão afectar o modo como vemos o mundo, e por sua vez o modo como esperamos que as pessoas se comportem.

Ora, numa relação, duas pessoas têm de conciliar as suas experiências, e por isso é importante que ambas cedam, mas mais importante que aprendam a viver em conjunto. Afinal, é para isso que serve o namoro, para conhecer a outra pessoa. Eu pessoalmente, nunca fui muito exigente, sempre tive objectivos concretos na vida, e para mim uma relação ideal, só funciona se existir amor. Porque para mim, é fácil explicar: quando não há amor, não vale a pena... Porque quando se ama, perdoa-se, acarinha-se, tem-se vontade de resolver os problemas. Quando não se ama, vemos a outra pessoa como uma simples pessoa, e os seus defeitos atingem-nos de outra forma. E logo à partida, quem ama não quer que a outra pessoa se afaste, o que não acontece com quem não ama.

No entanto, quando uma relação acaba, sem haver um motivo concreto para ela acabar, existe sempre o risco de se tornar em algo mal resolvido. Muitas pessoas tentam ser amigas, mas é difícil conciliar uma amizade, principalmente quando uma das pessoas ainda tem sentimentos pela outra. Do lado de quem ama surgem sentimentos como a inveja, a impaciência, a esperança, iludindo-se constantemente que o amor vingará. É difícil para quem ama ser apenas amigo da pessoa que ama, principalmente depois de uma relação. Porque, apesar de saber que a pessoa amada é livre, há a tendência de querer saber tudo o que acontece na vida dessa pessoa. Isto porque nunca deixamos de estar ligados a essa pessoa.

No entanto este comportamento acarreta riscos, pois querer saber pode fazer-nos sofrer. Quem não sofreria por exemplo, sabendo que a pessoa que amamos está nos braços de outra pessoa? Será que quereríamos saber? Claro que sim, apesar de sabermos que iríamos sofrer, quereríamos saber... Faz parte de nós sentirmos ciúmes e apesar de muitos dizerem que não são, toda a gente é ciumenta, claro, alguns mais do que outros. Seja pelo namorado(a), vizinho(a), amigo(a), se gostamos de alguém, sentimos ciúme se esse alguém estiver a fazer algo com outra pessoa que nós gostássemos que fosse connosco.

Mas regressando ao tema, perder alguém pode ser a pior experiência da nossa vida, mas também pode ser a melhor. Não há poções mágicas para curar esse sentimento de perda, mas há formas de o contornar. No entanto duvido que alguém consiga verdadeiramente esquecer uma experiência desse género, pois é algo que fica para sempre guardado no nosso coração, como uma cicatriz fica na nossa pele. Sim, é difícil superar... e há quem nunca supere, mas para mim, a maneira mais fácil passa não pela tentativa de esquecimento, mas sim pela valorização da outra pessoa. Se formos honestos e justos, conseguimos ser sinceros e se aceitarmos que fizemos o nosso melhor, então será mais fácil. Claro que dizer é fácil, difícil é por em prática. Mas o amor é difícil, e como dizia Scudery:

"Amor é um não-sei-quê, que surge não sei de onde, acaba não sei como e dói não sei por quê".

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